quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Espelho D’água


Desejo quando me procuras à noite
Estou só, não ouço a voz, não vejo as cores
Apenas sinto a tua presença em minha alma,
Vens até mim, e contemplo-te num espelho d’água
Não posso tocar-te, por que estás além dos olhos meus,
Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...
Se estiveres aqui, espírito perfeito adormeço em teus afagos celestes,
Não temo o Sol, não temo a luz nem seus enguiços
Se me acolhes, já transbordo de paixão
Oh! Fada nua... Oh! Luz sombria do meu espelho
Quem dera... fosses a tulipa negra dos meus vícios
A névoa nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...
Eu vejo vozes e escuto vultos,
Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos
Um corpo caído, um sonho do avesso
Duas taças de vinho, sangue e cianeto
Já não luto contra o luto, não mutilo meus impulsos
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo
Nocturno... soturno, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro até que a morte nos aliance
A lágrima no rosto é mágoa
A lágrima no chão é um espelho d’água.
Anyb

1 comentário:

nandokas disse...

Eu não deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida.
Quero que surjas em mim como a fé nos desesperados
Mas tu saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Sem ti ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Amo-te e continuarei a amar-te para sempre.

Nandokas

Lindo não te sintas assim porque no amor qd é manifestado livremente torna-se mais fácil e a junção dos dois seres é mutuo e natural como os braços de uma trepadeira