quarta-feira, 14 de novembro de 2007

UM LINDO SONHO


Um lindo sonho tive.
De recomeçar minha vida ao teu lado.
De carregar contigo todos os pedaços.
Das dores, dos medos, dos defeitos.
Um lindo sonho tive.
De ficar contigo.
De ser tua para sempre.
De olhar para a frente e não ter medo.
De suportar e de recomeçar tudo novamente.
De ser mais eu.
Um lindo sonho tive
De estar contigo.
Sonhar contigo.
De permanecer assim até ficarmos velhinhos.
Um lindo sonho tive.
De acordar ao teu lado,
De ter o meu olhar no teu,
De ter o teu sorriso junto ao meu.
Só de pensar, sinto meu peito doer.
Sinto que vou morrer.
Sei que podes conjecturar.
Mas também confiar.
Mas se um dia eu não puder, ter-te ao meu lado.
Como despertar, se não estás.
Agora sei o que o teu amor representa para mim.
Sufoca-me tanto o peito.
Enche-me de tanto encanto.
Obtive finalmente, a resposta que tanto demandava.
Quando o teu olhar reencontrou o meu.
Vi teu rosto, tornar-se iluminado.
Então redescobrimos aos poucos.
Nossas atitudes confrontadas.
Nossas ideias comprimidas e engrandecidas para combinar.
Completados os vazios que nos apartavam.
Um amor absoluto voltou a ser celebrado.
Nos adicionamos um ao outro, em DEUS
Como o Amanhecer e a Alvorada.
Anyb

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Fragmentos


Gosto do que se não vê.
Quero tocar o inacessível.
Gosto do que não se prevê.
Quero ter o impossível.

Gosto de amar “a dois”.
Quero um amor impossível.
Gosto da sensação “do depois”.
Quero um amor inacessível.

Quero ver através da cortina.
Não quero só emoção.
Quero ser a adivinha.
A que vê a ilusão.

Gosto do cheiro da madrugada.
Quero senti-lo no teu ser.
Gosto do cheiro a terra molhada.
Quando acaba de chover.

Gosto da chuva miudinha.
Quero senti-la no teu corpo.
Gosto da brisa fresquinha.
Gosto muito do fogo.
1995
Anyb

Ser Homem


Frieza aparente.
Fraqueza.
Gigante rodeado de anões.
Chorar com os olhos secos.
Ingenuidade tapada com olhares penetrantes.
Indiferença sensível.
Experiência esforçada e incompreensível.
Padrão real e disfarce.
Afirmar-se, mostrar-se, jogo que tem que ser ganho.
Olhar para cima.
Homem, criança grande.
1995
Anyb

Cumplicidade


Eu queria.
Ler alto para ti.
Fumar do teu cigarro.
Beber do teu copo.
Andar de barco contigo.
Ter gripe ao mesmo tempo que tu.
Beijar-te os olhos enquanto dormes.
Passar uma noite a conversar contigo.
Dormir com o teu pijama.
Chorar quando tu choras.
Rir quando tu ris.
Passar os dedos nos teus lábios.
Dormir contigo em lençóis de cetim.
Correr muito de mão dada contigo.
Adormecer com a cabeça no teu peito.
Dançar contigo.
Ver contigo o arco-íris.
Ver contigo o nascer do sol.
Namorar contigo.
Fazermos amor uma noite inteira.
Sermos um só.
Anyb

Ás vezes quando olho para ti…


Olho, tremo e transpiro.
O coração bate mais depressa.
O estômago dá um nó.
As forças fogem.
A vontade aumenta, sinal de vertigem.
Recomponho-me.
Atracção imensa, vontade de fechar os olhos.
Só sentir.
Tristeza e êxtase.
Desejo.
Desejo contido que vai transbordar.
Cortina que impede de ver.
Lago cheio que se imunda.
Águas paradas e turbulência repentina.
Seda macia sobre seda.
Vontade de dormir.
Dormir aconchegada a ti.
Anyb

Liberdade


Fitando o céu azul, sinto vontade, de ser ave canora ou andorinha, para poder sorver a imensidade do horizonte, aberto à avezinha.
A vida sobre a terra, na verdade, condenação parece para minha alma, sequiosa pela liberdade, que antes lá no Éden, ditosa tinha!
Quem gostará meu Deus, da terra escura, da Pátria conturbada da amargura, onde impera por lei, somente a Dor?
Mil vezes oh Senhor!
O espaço aberto, onde o nosso espírito liberto, feliz entoa um hino ao criador!
1995
Anyb

QUEM SOU EU?


Quem sou eu?
Eu sou alguém que não sou.
Eu vou para onde não vou.
Eu sou um não e um sim.
Eu corro estando parada.
Sozinha de lado a lado.
Bem junto e longe de mim.
Eu sou pecado e virtude.
Eu sou uma sábia bem rude.
Que sabe nada saber.
Eu sou destino sem rumo.
Quando corro atrás do fumo.
Que quero agarrar sem ver.
Eu sou cadáver imundo.
Dentro de um poço sem fundo.
Quando lá vou para beber.
Eu fujo do bem que espero.
Não quero aquilo que quero.
Eu vou para onde não vou.
Porque há em mim um que mente.
E com mentiras convence.
O outro eu que eu não sou.
1986
Anyb

domingo, 4 de novembro de 2007

Noites de Mar


Mar que encontro
de encontro a mim
Mar selvagem que cheira
a carmim.
Volúvel e solto como a
alma em meu ser
prisioneiro divino
do meu viver.
Mar de Magia
do vento, da noite
Mar dos Olhos
dos meus sonhos, a Fonte.
Mar de beleza
quimera e cetim
Mar que encontro de encontro a mim.
Anyb

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O teu abraço


Morno como o sol de fim de tarde.
Envolvente como um manto opaco.
Mais lindo que qualquer frase sincera.
Sempre fraco, leve, mas profundo como uma
mola que sempre salta mesmo quando não é impelida.
Apertado em si mesmo.
Involuntário, muitas vezes.
Inconsciente, quase sempre.
Sinfonia inacabada.
Anyb

Mãos nas Mãos


Teus dedos ramos de uma árvore
que agarram os meus ramos.
Terra que cobre o corpo.
Folhas que tapam o chão.
Mar que molha a areia.
Nuvens que tapam o céu.
Tampa que fecha a caixa.
Peça que se encaixa.
Perfeição que tudo faz começar.
Sombra que afaga a sombra.
As tuas mãos nas minhas mãos.
Tu todo em mim toda.
Anyb

Entre o fogo e a razão


Tem na boca o sabor morno
a dissolver castelos de açúcar,
no olhar uma embriaguez
que me tira o âmago, suborno!
Fora de órbita, seu corpo
em azul celeste tombou aqui
na superfície do meu colchão,
sem trajo!
Arrisquei indagar: “a que vieste?”
As respostas chegaram sôfregas
em forma de cobiça como se pedissem:
“contesta!”
Sem delongas já não convinham
perguntas, repostas, tempo, espaço
perante os corpos que vertiam fogo,
e se consumiam em afectuoso cansaço,
As respostas, essas,
perderam-se no espaço entre o fogo e a razão.
Anyb

sábado, 27 de outubro de 2007

Para as minhas Princesas


Quando nasceram eu renasci.
Quando riram, eu chorei de alegria num deslumbramento de nirvana.
Quando precisaram eu estava lá e estarei sempre.
Quando adoeceram eu rezei.
Cuidei de todas as minhas Princesas.
Protegi-vos e amei-vos com todo o meu coração e continuarei.
Idolatrei todos os vossos momentos, e vou continuar pela vida fora.
Princesas não vos peço nada em troca, pois vosso sorriso já é meu paraíso.
Meu amor é perene.
Mãe
Anyb

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Síndrome do Mal


Ó terra ingrata,
Por onde um dia passei
Na plenitude da vida
À tristeza supliquei
Aromatizada em meus sonhos
Toldada sob a realidade
Matizada pelo sangue nobre
Da negra ave da maldade
Companheira de outras eras
Lembrança em minha’alma
Abatida em voo sombrio
O submundo agora a salda
Alienação lírica
Fortificam o coração empedrado
Firme áurea reluzente
Na sombra do passado
Sincera inocência perdida
Fugaz amante louvado
Serena morbidez definha
Feito certeira fechada
Não há mais busca
Estranha e total psicopatia
Apenas uma terrível luta
Instintiva sobrevivência
Assinalada pela dor
Entorpecida pelo ópio
Desde as mais longínquas noites
Perseguída pelo ódio
Suave veneno que me devora
Maldita angústia no peito
Preparando o meu ser sórdido
Para seu fúnebre leito
Sinfonia mórbida ecoa
Dos doces lábios de donzela
A melancolia me chama
Agora me vela
Bendita paz derradeira
A ela e a mim defere
Eterno sepulcro solitário
Não há morte que a leve
Negra ave da maldade
Vem-me tentar.
Anyb

domingo, 16 de setembro de 2007

Amargurado cessar da existência


Sombrios os dias
Alvas as noites
Lúgubres as fantasias
Enfeitiçadas com as mortes
O brilho do ameno
O amor da tristeza
O júbilo do suplício
No ardor da frieza
Tudo tem um termo
Um termo tem tudo
Experimento como se tivesse em mim
O desejo de falar e ser muda
Enfim, como diz a grei
A vida continua
Mas para mim que sou nova
A obtusidade perdura
Anyb

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palavras que choram


Palavras que choram
São lágrimas que caem
São sentimentos que no coração moram
São sentimentos que do coração saem.
É dor que sai do nosso coração
É paz que alivia a nossa alma
É o fim de um furacão
E o começar da calma.
É sossego que invade o nosso ser
É vazio que se sente no peito
São lágrimas pelo rosto a escorrer
Por algum mal que nos foi feito.
Lágrimas que caem
São sentimentos que no coração moram
E que quando do coração saem
São palavras que choram.
Anyb

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Penumbra


Transpiro saudade pelos ossos
A face pálida, por vezes rubra
Acusa a penumbra,
O tormento nos meus olhos.
Porque não se silenciam pensamentos nefastos
Adormeçam neste peito?
Ó! Espectro de luz...
Carrasco do meu silêncio
Leva! Afasta de mim
Os indícios de minha demência
De quem chora pela ausência de lucidez
Teme pela distância
Minha alma não suporta tanta estrangulação
Meu lamento aos teus ouvidos é melodia
Aqui nesta clausura
Prisioneira de mim mesma
Anulo-me com o pânico
Endoideço... Entorpeço...
Por que tu és fogo que não arde
És paisagem fria e morta
Aniquilas... Devoras...
Não me recordo de quantos sorrisos
Pertenciam ao meu rosto
Tanta ardência! Quanta ambição!
Se Deus soubesse
Da minha existência
Não iria permitir
Tuas injúrias...
Porque me torturas
Me condenas?
Porque não me abandonas?
Deixa-me morrer de entristecimento.
PORQUÊ?
Meu corpo é meu templo
É o resto em ruínas
É esquife do espírito
Que renuncia à vida...
Tu és a voz profana
Que ecoa em meus ouvidos
A noite, meu drama
Meu ritual de suicídio
Transpiro mágoa pelos ossos
Face pálida, por vezes rubra
Denuncia a penumbra
O sofrimento em meus olhos...
Anyb

Ambos perdemos


Ambos perdemos
EU
porque era a ti que mais amava
TU
porque era eu que te amava mais
Mas, dos dois quem mais perdeu
Foste Tu,
Porque eu posso vir a amar outro
Como te amei a ti
Mas,
A ti nunca ninguém te amará como eu te amei.
Anyb

Pelo teu amor não lutei e assim acabei


Se é amizade que me tens
Porque foges sem falar
o que sentes sabes bem
no que se pode tornar
Eis que te vais de repente
como quem foge assim
do medo de alguém que sente
mais que amizade por mim
O que eu sonhava e queria
era ter-te mais que amigo
mas o teu medo não iria
deixar-me abrir contigo
Sozinha então fiquei
com o meu coração doendo
de um amor que só sonhei
Resta a lembrança do medo...
Anyb

Amor Privado



Maldito tempo perdido
Neste amor parado
Tristezas de uma detida
Ficar na vida atrasada.
O perfume do teu corpo,
O sabor do teu abraço
Aqui o amor está morto,
Eu carente para te amar.
Loucas saudades sinto
Desses lábios que são teus,
Aqui neste labirinto
Desejo teus lábios meus.
Sou o Inverno mais frio
Já alguém um dia mo disse…
Neste mundo sem calor,
Porque a sorte me destinou:
"Suprimir o teu amor!"
Era o que mais queria….mas tu não estas comigo, será que algum dia
estives-te……
Anyb

TU


Criei uma muralha para me defender, pensei e repensei o que te vou dizer. Já tenho em mente do que te vou acusar, até sei o como vai terminar. Preparei o meu mundo, contra teu ego profundo
Não me vais abalar.Até que chegues, já eu vou saber,este peito sabe onde está o teu,aqui devia ser o teu lugar
O lugar que me prometeste .Não o sabes, mas eu sim, tu eras para ser para mim
Como ele foi…
Mas este mundo foi mais forte, e naufragaste, o ego cegou-te, a palavra calou-se, nada ficou. Já sei o que te vou dizer, sei o que vais responder, mas não aniquilará a minha frieza. Minto.Basta um olhar para que caia, uma palavra chega, para me fazer remar. Maldito sejas, conheces a minha táctica de batalha, de papel é feita a minha muralha para ti!
Mas será sempre assim?
Não tens temor, que eu ganhe a batalha.
Já que pelo nosso amor tu não lutas-te!
Sim tu.
Anyb

SONHO ETERNO



Esta noite sonhei contigo.Nada como paradigma, apenas homem, apresentas-te. Pairavas em meu sonho como verdadeiro, simples e apaixonado.
Senti teu ar de paixão,de um ardor reprimido,de uma entrega tardia
.
Realizada fora de tempo.
Teu corpo em eterna entrega buscava morada no meu, campo de prova viva,de sonhada realização do
amor .
Lembro que ao passar minha mão em teu dorso, via teus pelos eriçarem-se como a dizerem presente, como que a pegar fogo, prontos para o prazer.
De repente, escuto ao longe,a voz da realidade a chamar minha atenção, a mostrar que já era dia, hora da realidade.
Eu a viver pleno nossa paixão, nossa fome, não queria que a lua se fosse,que o sol
nos desse bom dia.
Cerrei outra vez os olhos, provei com beijos tua nuca, suguei vidas em teu peito, morri em teu vértice perfumado, orvalhado de paixão.
Bebemos nossas lágrimas de satisfação, em momento único, em final conjunto,em suspiros reais.
Tu ainda recostado em meu peito, sorrias o sorriso de menino, em que, naquele momento te transformaras.
Com teus olhos a querer saciar um restinho de fome, uma nova vida,em total transe, em total entrega.
Pegaste meu rosto com tua única maneira, com teu jeito de agradecer,como que dizendo baixinho;
-És minha e nada nos afastará.
Com tua boca, sugaste a minha com força, querendo marcar tuas marcas, deixar teu gosto.
Já de mim controle não tinha. Era tua, desarmada, cúmplice, mulher conquistada, plena do teu amor.
Ly, leva-me para o teu mundo…
E, essa noite, quero sonhar contigo, num sonho eterno profundo!
Anyb

MAR

Que alguém grite o que eu sinto, para que o mundo o saiba.
Que alguém me leia, como um livro,
Que me saibam ver, e estudar.
Decorem o meu rosto, cada linha,
O meu corpo, cada traço
O meu ser...devagar.
Que alguém me grite, grite esta angústia
De não puder dizer.
Que alguém fale, fale deste meu mar
Segrede baixinho, dos meus lábios aos teus
Esta vontade imensa de te amar.
A ti meu mar!
Anyb

Espelho D’água


Desejo quando me procuras à noite
Estou só, não ouço a voz, não vejo as cores
Apenas sinto a tua presença em minha alma,
Vens até mim, e contemplo-te num espelho d’água
Não posso tocar-te, por que estás além dos olhos meus,
Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...
Se estiveres aqui, espírito perfeito adormeço em teus afagos celestes,
Não temo o Sol, não temo a luz nem seus enguiços
Se me acolhes, já transbordo de paixão
Oh! Fada nua... Oh! Luz sombria do meu espelho
Quem dera... fosses a tulipa negra dos meus vícios
A névoa nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...
Eu vejo vozes e escuto vultos,
Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos
Um corpo caído, um sonho do avesso
Duas taças de vinho, sangue e cianeto
Já não luto contra o luto, não mutilo meus impulsos
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo
Nocturno... soturno, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro até que a morte nos aliance
A lágrima no rosto é mágoa
A lágrima no chão é um espelho d’água.
Anyb

Medo


Nascemos apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os outros medos são adquiridos. Vamos livrar-nos deles.

Anyb