domingo, 16 de setembro de 2007

Amargurado cessar da existência


Sombrios os dias
Alvas as noites
Lúgubres as fantasias
Enfeitiçadas com as mortes
O brilho do ameno
O amor da tristeza
O júbilo do suplício
No ardor da frieza
Tudo tem um termo
Um termo tem tudo
Experimento como se tivesse em mim
O desejo de falar e ser muda
Enfim, como diz a grei
A vida continua
Mas para mim que sou nova
A obtusidade perdura
Anyb

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Palavras que choram


Palavras que choram
São lágrimas que caem
São sentimentos que no coração moram
São sentimentos que do coração saem.
É dor que sai do nosso coração
É paz que alivia a nossa alma
É o fim de um furacão
E o começar da calma.
É sossego que invade o nosso ser
É vazio que se sente no peito
São lágrimas pelo rosto a escorrer
Por algum mal que nos foi feito.
Lágrimas que caem
São sentimentos que no coração moram
E que quando do coração saem
São palavras que choram.
Anyb

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Penumbra


Transpiro saudade pelos ossos
A face pálida, por vezes rubra
Acusa a penumbra,
O tormento nos meus olhos.
Porque não se silenciam pensamentos nefastos
Adormeçam neste peito?
Ó! Espectro de luz...
Carrasco do meu silêncio
Leva! Afasta de mim
Os indícios de minha demência
De quem chora pela ausência de lucidez
Teme pela distância
Minha alma não suporta tanta estrangulação
Meu lamento aos teus ouvidos é melodia
Aqui nesta clausura
Prisioneira de mim mesma
Anulo-me com o pânico
Endoideço... Entorpeço...
Por que tu és fogo que não arde
És paisagem fria e morta
Aniquilas... Devoras...
Não me recordo de quantos sorrisos
Pertenciam ao meu rosto
Tanta ardência! Quanta ambição!
Se Deus soubesse
Da minha existência
Não iria permitir
Tuas injúrias...
Porque me torturas
Me condenas?
Porque não me abandonas?
Deixa-me morrer de entristecimento.
PORQUÊ?
Meu corpo é meu templo
É o resto em ruínas
É esquife do espírito
Que renuncia à vida...
Tu és a voz profana
Que ecoa em meus ouvidos
A noite, meu drama
Meu ritual de suicídio
Transpiro mágoa pelos ossos
Face pálida, por vezes rubra
Denuncia a penumbra
O sofrimento em meus olhos...
Anyb

Ambos perdemos


Ambos perdemos
EU
porque era a ti que mais amava
TU
porque era eu que te amava mais
Mas, dos dois quem mais perdeu
Foste Tu,
Porque eu posso vir a amar outro
Como te amei a ti
Mas,
A ti nunca ninguém te amará como eu te amei.
Anyb

Pelo teu amor não lutei e assim acabei


Se é amizade que me tens
Porque foges sem falar
o que sentes sabes bem
no que se pode tornar
Eis que te vais de repente
como quem foge assim
do medo de alguém que sente
mais que amizade por mim
O que eu sonhava e queria
era ter-te mais que amigo
mas o teu medo não iria
deixar-me abrir contigo
Sozinha então fiquei
com o meu coração doendo
de um amor que só sonhei
Resta a lembrança do medo...
Anyb

Amor Privado



Maldito tempo perdido
Neste amor parado
Tristezas de uma detida
Ficar na vida atrasada.
O perfume do teu corpo,
O sabor do teu abraço
Aqui o amor está morto,
Eu carente para te amar.
Loucas saudades sinto
Desses lábios que são teus,
Aqui neste labirinto
Desejo teus lábios meus.
Sou o Inverno mais frio
Já alguém um dia mo disse…
Neste mundo sem calor,
Porque a sorte me destinou:
"Suprimir o teu amor!"
Era o que mais queria….mas tu não estas comigo, será que algum dia
estives-te……
Anyb

TU


Criei uma muralha para me defender, pensei e repensei o que te vou dizer. Já tenho em mente do que te vou acusar, até sei o como vai terminar. Preparei o meu mundo, contra teu ego profundo
Não me vais abalar.Até que chegues, já eu vou saber,este peito sabe onde está o teu,aqui devia ser o teu lugar
O lugar que me prometeste .Não o sabes, mas eu sim, tu eras para ser para mim
Como ele foi…
Mas este mundo foi mais forte, e naufragaste, o ego cegou-te, a palavra calou-se, nada ficou. Já sei o que te vou dizer, sei o que vais responder, mas não aniquilará a minha frieza. Minto.Basta um olhar para que caia, uma palavra chega, para me fazer remar. Maldito sejas, conheces a minha táctica de batalha, de papel é feita a minha muralha para ti!
Mas será sempre assim?
Não tens temor, que eu ganhe a batalha.
Já que pelo nosso amor tu não lutas-te!
Sim tu.
Anyb

SONHO ETERNO



Esta noite sonhei contigo.Nada como paradigma, apenas homem, apresentas-te. Pairavas em meu sonho como verdadeiro, simples e apaixonado.
Senti teu ar de paixão,de um ardor reprimido,de uma entrega tardia
.
Realizada fora de tempo.
Teu corpo em eterna entrega buscava morada no meu, campo de prova viva,de sonhada realização do
amor .
Lembro que ao passar minha mão em teu dorso, via teus pelos eriçarem-se como a dizerem presente, como que a pegar fogo, prontos para o prazer.
De repente, escuto ao longe,a voz da realidade a chamar minha atenção, a mostrar que já era dia, hora da realidade.
Eu a viver pleno nossa paixão, nossa fome, não queria que a lua se fosse,que o sol
nos desse bom dia.
Cerrei outra vez os olhos, provei com beijos tua nuca, suguei vidas em teu peito, morri em teu vértice perfumado, orvalhado de paixão.
Bebemos nossas lágrimas de satisfação, em momento único, em final conjunto,em suspiros reais.
Tu ainda recostado em meu peito, sorrias o sorriso de menino, em que, naquele momento te transformaras.
Com teus olhos a querer saciar um restinho de fome, uma nova vida,em total transe, em total entrega.
Pegaste meu rosto com tua única maneira, com teu jeito de agradecer,como que dizendo baixinho;
-És minha e nada nos afastará.
Com tua boca, sugaste a minha com força, querendo marcar tuas marcas, deixar teu gosto.
Já de mim controle não tinha. Era tua, desarmada, cúmplice, mulher conquistada, plena do teu amor.
Ly, leva-me para o teu mundo…
E, essa noite, quero sonhar contigo, num sonho eterno profundo!
Anyb

MAR

Que alguém grite o que eu sinto, para que o mundo o saiba.
Que alguém me leia, como um livro,
Que me saibam ver, e estudar.
Decorem o meu rosto, cada linha,
O meu corpo, cada traço
O meu ser...devagar.
Que alguém me grite, grite esta angústia
De não puder dizer.
Que alguém fale, fale deste meu mar
Segrede baixinho, dos meus lábios aos teus
Esta vontade imensa de te amar.
A ti meu mar!
Anyb

Espelho D’água


Desejo quando me procuras à noite
Estou só, não ouço a voz, não vejo as cores
Apenas sinto a tua presença em minha alma,
Vens até mim, e contemplo-te num espelho d’água
Não posso tocar-te, por que estás além dos olhos meus,
Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...
Se estiveres aqui, espírito perfeito adormeço em teus afagos celestes,
Não temo o Sol, não temo a luz nem seus enguiços
Se me acolhes, já transbordo de paixão
Oh! Fada nua... Oh! Luz sombria do meu espelho
Quem dera... fosses a tulipa negra dos meus vícios
A névoa nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...
Eu vejo vozes e escuto vultos,
Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos
Um corpo caído, um sonho do avesso
Duas taças de vinho, sangue e cianeto
Já não luto contra o luto, não mutilo meus impulsos
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo
Nocturno... soturno, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro até que a morte nos aliance
A lágrima no rosto é mágoa
A lágrima no chão é um espelho d’água.
Anyb

Medo


Nascemos apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os outros medos são adquiridos. Vamos livrar-nos deles.

Anyb